Bororó
Alberto de Castro Simoens da Silva (Bororó) nascido em 15 de outubro de 1896, foi grande boêmio da Lapa, compositor e poeta, jornalista e cronista dos jornais Diário Carioca e A Noite criador de uma das primeiras revista carnavalescas A Picaretagem que ficou famosa na época, editou três livros Gente da Madrugada, Seresta e Seresteiros e Poemas de Botequim e as 41 quadras referidas no post anterior.
Velho seresteiro e modista, conta a lenda que certa madrugada Bororó ele o irmão Oswaldo, mais Henrique de Melo Morais - grande interprete de André Filho autor de Cidade Maravilhosa entre outros sucessos da época - “faziam um serenata na Rua Visconde de Caravelas e pararam na porta de um sobrado ainda com o interior iluminado. Quando a cantoria ia em meio, da casa surgiu uma negrona pedindo silencio, pois seu netinho Bastião estava sobre a mesa mortinho da silva”.
“De outra feita, atraído “por olhares lânguidos”, entrou em um sobrado para “cantar umas modinhas” para dona do olhar. Minutos depois seu violão lhe serviu de colarinho, pois o dono da dona do olhar entrara pelos fundos e o surpreendeu tentando beijar recatada senhora”.
Compôs o choro Da Cor do Pecado, inspirado por uma morena que passou por ele na Rua Benjamin Constant. “Seguia, e fui parar em sua casa, onde compus a musica”
“Este corpo moreno
Cheiroso, gostoso que você tem
É um corpo delgado da cor do pecado que faz tão bem”.
A musica Curare, sua com letra de Evágrio Lopes, também foi inspirada numa morena seu tipo preferido, que “se colocou no nosso caminho, meu e de Evágrio”
“Você tem boniteza
E a natureza
Foi que agiu
Como esses óio de india
Curare no corpo que é bem Brasil” .
Para Bororó, o ponto da chamada “alta boemia intelectual” foi o Café Lamas, no Largo do Machado. Aonde se reunia Quintino Bocaiúva, “Pelágio”, “Garoupa”, Manuel Asloquer e Goabinha. Outro centro da boemia era o Bar do Palace, na Rio Branco parada das Francesas e gigolôs e nata da alta sociedade, outro ponto era o Café Riachuelo onde paravam os artistas de teatro entre quais Procópio Ferreira, Joracy Camargo, Jardel Jécolis, Armando Rosas, Jaime Costa e Cazaré. Além da Lapa, do Café Nice e da Taberna da Gloria, eram o Café Suíço, o Bar Chave de Ouro e o Bar Belas Artes.
Em sua despedida da “alta boemia” da Lapa daquele tempo foi homenageado em 31/03/67 como o ultimo boêmio autentico no Clube Tenentes do Diabo na época na Rua Visconde de Maranguape. ..........e por ai foi!
"Da cor do Pecado" é ums das mais belas músicas do Brasil.
ResponderExcluirPenso em escrever um romsnce que se passa na Lapa antiga, você será meu assessor.