segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O encanto dos Orixás


Quando atinge grau elevado de complexidade, toda cultura encontra sua expressão artística, literária e espiritual.

Mas ao criar uma religião a partir de uma experiência profunda do Mistério do mundo, ela alcança sua maturidade e aponta para valores universais.

É o que representa a Umbanda, religião, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1908, bebendo das matrizes da mais genuina brasilidade, feita de europeus, de africanos e de indígenas.

Num contexto de desamparo social, com milhares de pessoas desenraizadas, vindas da selva e dos grotões do Brasil profundo, desempregadas, doentes pela insalubridade notória do Rio nos inícios do século XX, irrompeu uma fortíssima experiência espiritual.

O interiorano Zélio Moraes atesta a comunicação da Divindade sob a figura do Caboclo das Sete Encruzilhadas da tradição indígena e do Preto Velho da dos escravos.

Essa revelação tem como destinatários primordiais os humildes e destituídos de todo apoio material e espiritual.

Ela quer reforçar neles a percepção da profunda igualdade entre todos, homens e mulheres, se propõe potenciar a caridade e o amor fraterno, mitigar as injustiças, consolar os aflitos e reintegrar o ser humano na natureza sob a égide do Evangelho e da figura sagrada do Divino Mestre Jesus.

O nome Umbanda é carregado de significação. É composto de OM (o som originário do universo nas tradições orientais) e de BANDHA (movimento inecessante da força divina).

Sincretiza de forma criativa elementos das várias tradições religiosas de nosso pais criando um sistema coerente.

Privilegia as tradições do Candomblé da Bahia por serem as mais populares e próximas aos seres humanos em suas necessidades.

Mas não as considera como entidades, apenas como forças ou espíritos puros que através dos Guias espirituais se acercam das pessoas para ajudá-las.

Os Orixás, a Mata Virgem, o Rompe Mato, o Sete Flechas, a Cachoeira, a Jurema e os Caboclos representam facetas arquetípicas da Divindade.

Elas não multiplicam Deus num falso panteismo mas concretizam, sob os mais diversos nomes, o único e mesmo Deus.

Este se sacramentaliza nos elementos da natureza como nas montanhas, nas cachoeiras, nas matas, no mar, no fogo e nas tempestades. Ao confrontar-se com estas realidades, o fiel entra em comunhão com Deus.

A Umbanda é uma religião profundamente ecológica.

Devolve ao ser humano o sentido da reverência face às energias cósmicas. Renuncia aos sacrifícios de animais para restringir-se somente às flores e à luz, realidades sutis e espirituais.

Há um diplomata brasileiro, Flávio Perri, que serviu em embaixadas importantes como Paris, Roma, Genebra e Nova York que se deixou encantar pela religião da Umbanda.

Com recursos das ciências comparadas das religiões e dos vários métodos hermenêuticos elaborou perspicazes reflexões que levam exatamente este título O Encanto dos Orixás, desvendando-nos a riqueza espiritual da Umbanda.

Permeia seu trabalho com poemas próprios de fina percepção espiritual. Ele se inscreve no gênero dos poetas-pensadores e místicos como Alvaro Campos (Fernando Pessoa), Murilo Mendes, T. S. Elliot e o sufi Rumi.

Mesmo sob o encanto, seu estilo é contido, sem qualquer exaltação, pois é esse rigor que a natureza do espiritual exige.

Além disso, ajuda a desmontar preconceitos que cercam a Umbanda, por causa de suas origens nos pobres da cultura popular, espontaneamente sincréticos.

Que eles tenham produzido significativa espiritualidade e criado uma religião cujos meios de expressão são puros e singelos revela quão profunda e rica é a cultura desses humilhados e ofendidos, nossos irmãos e irmãs.

Como se dizia nos primórdios do Cristianismo que, em sua origem também era uma religião de escravos e de marginalizados, “os pobres são nossos mestres, os humildes, nossos doutores”.

Talvez algum leitor/a estranhe que um teólogo como eu diga tudo isso que escrevi. Apenas respondo: um teólogo que não consegue ver Deus para além dos limites de sua religião ou igreja não é um bom teólogo.

É antes um erudito de doutrinas. Perde a ocasião de se encontrar com Deus que se comunica por outros caminhos e que fala por diferentes mensageiros, seus verdadeiros anjos.

Deus desborda de nossas cabeças e dogmas.

Leonardo Boff é teólogo

Transcrito do Blog do Noblat

domingo, 4 de outubro de 2009

Simplesmente Perfeita


Além de uma voz prodiosa, tinha qualidades como a honestidade intelectual e compromisso artístico com seu público. Prestigiosa, com o tempo se erigiu como um símbolo da luta pela liberdade.

Que Deus o tenha no reino da gloria!


sábado, 3 de outubro de 2009

La Negra Sosa y la voz da América







"A voz mais Vigorosa da América Latina"
Michelle Bachelet



Café e Bar Tangará

Anônimo disse...

Conheci o Tangará muito antes. Em 1950 eu já frequentava o lugar onde quase sempre comia um sanduiche de mortadela preparado pelo "bigode" um dos garçons acompanhado por um chopp.Meu pai possuia um taxi que fazia ponto na Alvaro Alvim ao lado do Serrador. Naquela época funcionava em Angra o Hotel Fazenda da Grama onde havia um cassino que diziam ser do Ademar de Barros. O taxi que levasse 4 pessoas para jogar, recebia de um intermediário chamado "metade" um vale e ao chegar no hotel, os prováveis jogadores compravam cada um, o equivalente a Cr$ 1000 em fichas marrons chamadas de "felipeta" as quais trocavam nas mesas por fichas de jogo. Os jogadores tinham direito a um filé com fritas e bebidas, e o motorista recebia CR$ 1000 pela viagem de ida e volta.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Personagens Lapianos

Bororó

Alberto de Castro Simoens da Silva (Bororó) nascido em 15 de outubro de 1896, foi grande boêmio da Lapa, compositor e poeta, jornalista e cronista dos jornais Diário Carioca e A Noite criador de uma das primeiras revista carnavalescas A Picaretagem que ficou famosa na época, editou três livros Gente da Madrugada, Seresta e Seresteiros e Poemas de Botequim e as 41 quadras referidas no post anterior.

Velho seresteiro e modista, conta a lenda que certa madrugada Bororó ele o irmão Oswaldo, mais Henrique de Melo Morais - grande interprete de André Filho autor de Cidade Maravilhosa entre outros sucessos da época - “faziam um serenata na Rua Visconde de Caravelas e pararam na porta de um sobrado ainda com o interior iluminado. Quando a cantoria ia em meio, da casa surgiu uma negrona pedindo silencio, pois seu netinho Bastião estava sobre a mesa mortinho da silva”.

“De outra feita, atraído “por olhares lânguidos”, entrou em um sobrado para “cantar umas modinhas” para dona do olhar. Minutos depois seu violão lhe serviu de colarinho, pois o dono da dona do olhar entrara pelos fundos e o surpreendeu tentando beijar recatada senhora”.

Compôs o choro Da Cor do Pecado, inspirado por uma morena que passou por ele na Rua Benjamin Constant. “Seguia, e fui parar em sua casa, onde compus a musica”

“Este corpo moreno

Cheiroso, gostoso que você tem

É um corpo delgado da cor do pecado que faz tão bem”.

A musica Curare, sua com letra de Evágrio Lopes, também foi inspirada numa morena seu tipo preferido, que “se colocou no nosso caminho, meu e de Evágrio”

“Você tem boniteza
E a natureza
Foi que agiu
Como esses óio de india
Curare no corpo que é bem Brasil” .

Para Bororó, o ponto da chamada “alta boemia intelectual” foi o Café Lamas, no Largo do Machado. Aonde se reunia Quintino Bocaiúva, “Pelágio”, “Garoupa”, Manuel Asloquer e Goabinha. Outro centro da boemia era o Bar do Palace, na Rio Branco parada das Francesas e gigolôs e nata da alta sociedade, outro ponto era o Café Riachuelo onde paravam os artistas de teatro entre quais Procópio Ferreira, Joracy Camargo, Jardel Jécolis, Armando Rosas, Jaime Costa e Cazaré. Além da Lapa, do Café Nice e da Taberna da Gloria, eram o Café Suíço, o Bar Chave de Ouro e o Bar Belas Artes.

Em sua despedida da “alta boemia” da Lapa daquele tempo foi homenageado em 31/03/67 como o ultimo boêmio autentico no Clube Tenentes do Diabo na época na Rua Visconde de Maranguape. ..........e por ai foi!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Lapa a Todo Tempo


Um Pouco de História

A Lapa “nasceu e cresceu em torno de um seminário e uma capela em louvor de Nossa Senhora, em 1751”, era uma praia conhecida como “Areias de Espanha”. Até final do século XIX era essencialmente familiar, onde hoje é a Sala Cecília Meireles foi durante muitos anos, o cinema Colonial, na mesma área ficava o antigo Hotel da Lapa residência de figuras da Corte como Afonso Pena, Wenceslau Brás e Bernardes, no encontro da Rua da Lapa com a da Gloria ficava o Hotel Guanabara outro reduto da Corte e de Políticos da época, foi aí que nasceu a candidatura Epitácio Pessoa a Presidência da Republica dias após a morte de Rodrigues Alves, o destino nação palpitou no coração da Lapa. Apartir de 1929 ano da grande depressão Americana, que só veria atingir esta parte do continente no final da década 30 segundo pessoas que viveram esta época não se encontrava uma cadeira vazia em nenhum Café do Bairro, o Largo ficava quase intransitável, fervilhava, os Cabarés cheios, todo mundo bebendo e cantando na maior felicidade. O Siri, Rua da Lapa 49 era o mais freqüentado. O melhor Chopp da Lapa acompanhado de “siri escaldador”, também tinha a Gruta do Frade e o Café Bahia na esquina com a Mém de Sá, o “Apolo”, o “Rex”, o “Casa Nova”,o Royal Pigalle”, o “Tabu”, e o “Brasil” de propriedade de um dançarino famoso “Bueno Machado” que junto com Duque divulgou nosso “Maxixe”, a dança da época que se dançava nos famosos Cassinos da Europa, Madri e Paris. Na Joaquim Silva tinha o Cabaré “imperial da famosa “Chouchou” francesa com exuberante corpanzil, simpática, era nesse Cabaré que dominava uma das mais belas mulheres, Bianca mais conhecida como “Lili da Jóias” famosa por ter levado a ruína muitos figurões.

A malandragem, porém, não freqüentava estes ambientes, ficavam de fora na jogatina, defendendo um qualquer e rufiando as mulheres “pensionistas” como se dizia na época o malandro de antigamente, malandro autentico , verdadeiro,era homem até certo ponto honesto,com dignidade, vivia sempre limpo, usa seda palha com botão de brilhantes, gravata de “tussot” , branca, sapato do tipo “carrapeta” (salto Mexicano), na cabeça chapéu Panamá e no dedo anel de São Jorge.

Ceci, Laura e Boneca eram as beldades da Lapa daquele tempo, de grandes noitadas madrugada a fora nos cabarés e Cafés. A Lapa do dinheiro fácil, que engolia e liquidava homens e esmagava mulheres. “Boneca” era linda talvez uma das mais lindas entre tantas, começou a freqüentar os Cabarés aos 17 anos, mulata clara filha de Português, tinha cabelos louros, corpo de fecha o comércio, olhos castanhos claros, diziam que levou muito marmanjo ao suicídio e que inspirou o compositor Assis Valente assíduo freqüentador dos cabarés da vida. Havia outra como “Rebeca”, a “Aída” a “Alexandrina” que matou o “amigo”, tinha também a Arlete, a Carlota a “Tuneca” e não esquecendo de Ceci, o grande amor de Noel.

Foi na Lapa que morou por muitos anos Manoel Bandeira na Rua Morais Vale, 57 ao lado do beco da Carmelitas, onde escreveu “Beco das minhas tristezas, não me envergonho de ti. Foste rua de Mulher! Todas são filhas de Deus! Dantes foram carmelitas ...E eras só de pobres quando, pobre, vim morar aqui”.

Foi na Lapa que também morou “A pequena Notável” à Rua Joaquim Silva 53 , Casa 4. Na geografia da musica, a Lapa era assim como a capital do Samba por lá era sempre visto J. B. da Silva, o Sinhô, sempre com seu violão, Francisco Alves ainda motorista de praça (taxista), Ismael Silva que junto com Nilton Bastos seu parceiro vendeu vários sambas à Chico Alves. Mesmo sendo a capital do Samba, propriamente dito, quase não inspirou os compositores da época, a mais antiga composição registrada que fala na Lapa era de Luiz Martins “Foi na Lapa” não foi gravada, logo depois em 36 gravada por Orlando Silva surge de Noel Rosas “Dama de Cabaré”.

Foi num cabaré da Lapa

Que eu conheci você

Fumando cigarro

Entornando “champagne” no seu “soirée”...

Está musica Noel compôs para Ceci, dançarina de cabaré - no Apolo - que conheceu na noite de São João de 1934 quando compôs “Último Desejo” .

“Nosso amor que eu não esqueço

E que teve seu começo

Numa festa de São João ...”

Noel Rosas

Contava-se na época que um motorista de praça deixava Noel no “Danúbio Azul”.Ali Noel ficava horas esperando a bela Campista de 16 anos - Ceci - passar. Já o Assis Valente que fazia ponto sempre no Café Bahia, aonde encontrava Kid Pepe e Germano Augusto, imortalizou, no seu samba “Boneca de Pano” a belíssima “Boneca”

“Boneca

De pano

Gingando

Num cabaré

Poderia ser bonequinha de louça

Tão moça

Mais não é

Um dia alguém a chamou de “boneca” .

E ela, sendo mulher, acreditou

O tempo foi-se passando

E ela se desmanchando

Hoje , quem olha pra ela, não diz quem é

Em vez de boneca de louça

Hoje, é boneca de pano

De um sombrio cabaré”.

Assis Valente

Já o Ary Barroso em “Camisa Amarela”, faz um personagem, um mulato “folião de raça” ir parar em um “café surrapa do Largo da Lapa onde toma o “quinto copo de cachaça”. Mas a música que consagrou, foi composta muitos anos depois por Benedito Lacerda e Herivelto Martins no Carnaval de 1950 “A Lapa” gravada por Francisco Alves.

“A Lapa

Esta voltando a ser a Lapa

A Lapa

Confirmando a tradição

A Lapa é o ponto maior do mapa

Do Distrito Federal

Salve a Lapa

O bairro das quatro letras

Até um Rei conheceu

Onde tanto malandro viveu

Onde tento valente morreu

Enquanto a cidade dorme

A Lapa fica acordada

Acalentando quem vive

De madrugada”.



Na Lapa tem um dos maiores monumentos, os Arcos, foram erguido em 1745 em pedra, óleo de baleia e cal, protegido pelo Patrimônio Histórico do Estado. Tem A Escola de Musica UFRJ antigo Instituto Nacional de Música a onde foi também a sede do Automóvel Clube e a Igreja da Lapa do Desterro, para onde os frades carmelitas se transferiram quando após a chegada da corte Portuguesa forem transferidos de seu convento na Praça do Carmo, que passou a servir como dependência do Paço. Lembrando que escola Nacional de Musica foi construída para ser a Biblioteca Real, que ali se instalou em 1856, ficando até 1910 quando, já Biblioteca Nacional, se transferiu para o prédio da Av. Rio Branco.

No final dos anos 80 apesar das demolições freqüentes na região, muitos dos velhos moradores e boêmios insistiam em dizer que a Lapa não morreria...

Os antigos bares, ponto de grandes reuniões de figuras da noite, viviam as moscas, alguns transformados em varejos, os Cabarés a maioria fechou as portas só restando o “Casa Nova”, o Apolo, e surgindo Boite’s como “Night Clube Novo México”, “Bar e Boite Capela” que funcionava em cima do hoje Restaurante Nova Capela “ melhor Bife com Frita da Cidade, lá pelos anos 80”, resistiu como o Cosmopolita o Bar Brasil onde se comia o melhor Joelho de porco do Rio de Janeiro e ainda hoje é parada obrigatória da nata do jornalismo.

A Lapa também teve seus mitos como Mme Satã (1900 – 1976), cozinheiro e garçom, travesti e estrela do teatro rebolado nos anos 30. João Francisco dos Santos o ultimo malandro a morrer da velha Lapa, uma existência extraordináriamente agitada, Satã purgou em vida 29 processos, 19 absolvições, 10 condenações, 3 homicídios e “umas 3 000 brigas” segundo seus cálculos, em vida deixou um livro “Memórias de Madame Satã” lançado 1972 pela Codecri editora do saudoso “Pasquim”, que ele vendia de Bar em Bar, diz a lenda que só entrava nas brigas para se defender (uma delas, segundo testemunhas, contra uma dúzia de policiais). Homossexual assumido, um baita negão de 1,75m pesando 90 kilos que não corria de briga, nem da policia sua fama nasceu em 1938 quando desfilou no bloco Caçador de Veados “eu achava que ser homossexual não tinha nada de mais” contou ele. Eu era porque queria, mais não deixava de ser homem por causa disso.” Analfabeto de pai e mãe, contemporâneo e as vezes amigo de artistas (como Noel Rosas, Ismael Silva e Heitor dos Prazeres) e apenados como Gregório Fortunato que assistiu o assassinato na Ilha Grande aonde cumpriu pena de 27 anos, morreu com a promessa de ditar mais dois livros narrando episódios retidos na sua memória durante meio século. Tinha o costume pra manter a forma de comer o seu prato favorito – bife mal passado com cebola crua e cerveja preta – e continuou mesmo depois de ter comprido a pena, morando na Ilha Grande. Nos últimos cinco anos de vida, após uma longa entrevista dada ao Pasquim tornou-se nacionalmente conhecido, se transformando numa espécie de mito da malandragem Carioca.

Alberto de Castro Simoens da Silva, o Bororó, compositor, boêmio, jornalista e cronista, nunca deixou de amar a Lapa que conhecia como ninguém, ultimo de seus boêmios autenticos, deixou 41 quadras de verso contando sua história e de seus quarenta anos vividos - a cada centímetro de suas rua, de suas calçadas, de seus botecos, de seus cabarés, de suas pensões e seus bordéis - no bairro.

“Lapa berço de amores e de orgias!

Bairro de alegre popularidade

Teu passado revive em nossos dias

Na tela comovente da saudade’

Lapa de orações das carmelitas

E do sinal da cruz dos penitentes

Do grande Hotel – do acerto das “escritas”

De onde saíram vários presidentes.

No Largo, dois quiosques coloniais

Um mictório, e velho monumento

Aquele bebedouro de animais

E os til buris – os táxis do momento.

E os Arcos, monumento de beleza

Que o Conde Bobadela construiu

Vimos morrer a Lapa com tristeza

Mais a histórica obra resistiu. ......

...............e por ai vai.


sábado, 20 de junho de 2009

Saudades da Amada

Fui tomado pelo sentimento de saudade, não sei se, por causa da crise existencial e financeira que estou passando ou por pura melancolia, só sei que uma parte da minha conciência esta voltada, única e exclusivamente para a imagem de uma pessoa que não consigo esquecer "Sarinha" que sempre chamei de Sarita, de todas as mulheres que conheci foi ela que marcou, também vivemos juntos uns 6 à 7 anos, posso considerar que foi a melhor fase da minha vida, nunca acreditei nessa estória de amor, mas acho que o que eu sinto hoje deva ser amor que se confunde com saudade, sentir falta da pessoa a meu lado uma coisa tão simples que não causa sofrimento nenhum só lembranças agradáveis dos tempos que vivíamos juntos, das brigas, dos almoços de domingo,o frango ao molho pardo do Oxalá, da feira da Gloria, da ida ao Shopping nas noites de Domingo cansado e bêbado pra buscar Sarita, os Natais nós dois juntos Ano Novo na Av. Atalntica aonde vimos o Século passar, as madrugadas de amor e sexo e depois aquela ovo mexido com a arroz com salsa e cebolinha que só ela sabia fazer na medida certa, tem coisa que agente acha que nunca vai acabar mais acaba, vira lembrança, passado mais fica marcado para sempre, na eminencia de voltar assim se acredita sempre, quando a coisa é muito boa e prazeirosa como foram os seis anos e tal que vivemos juntos. Eu e Sarita!

"Depois de te perder
te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
nada aconteceu
Apenas seguirei como encantado
Ao lado teu"
.........................................................
"O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário"
..........................................................
"Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meus pobres enganos"
......................................................
"Pra se viver do amor
Há que esquecer o amor
Há que se amar
Sem amar
Sem prazer
E com despertador
- como um funcionário

Há que penar no amor
Pra se ganhar no amor
Há que apanhar
E sangrar
E suar
Como um trabalhador

Ai, o amor
Jamais foi um sonho
O amor, eu bem sei
Já provei
E é um veneno medonho

É por isso que se há de entender
Que o amor não é um ócio
E compreender
Que o amor não é um vício
O amor é sacrifício
O amor é sacerdócio
Amar
É iluminar a dor
- como um missionário"


Chico Buarque

Armazém Senado

Na quarta feira antes do feriado de corpus cristi, fui ao Armazém Senado com meu amigo Ricardo (Morcegão), tinha mais ou menos uns oito anos que não pintava por lá, fui muitas vezes comprar feijão pro almoço, quando faltava em casa, mora próximo. Não sei se por má sorte ou ironia do destino encontrei o Rabelo, amigo do Paulinho Sandalia que me apresentou no tangará e que me ficou devendo R$ 20,00 desde 2001, como todo bom devedor deu uma que não estava me reconhecendo e nem me cumprimentou, depois destes anos todos o cara mostrou o mau carater que é, eu que pretendia ser frequentador mais assíduo do Armazém acho muito difícil voltar lá, o cara deu pinta de ser morador da area, por tanto, frequentador rotineiro. O sujeito nesta época andava dizia ele de Botafogo ao Centro estava na maior merda, eu na maior boa vontade emprestei os R$ 20,00 o cara parece que esqueceu.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Boitempo

O PEQUENO COFRE DE FERRO

Arrombado
vazio. Quem roubou?
Eu, talvez,
que me acuso de todos os pecados
antes que alguém me acuse e me condene.
Não fui eu ou fui eu?
Quem sabe mais de mim do que meu dentro?
E meu dentro se cala
omite seu obscuro julgamento
deixando-me na dúvida
dos crimes praticados por meu fora.


Carlos Drumond de Andrade

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Boêmia

O Começo

A minha passagem pela Lapa foi no final dos anos 70, freqüentava muito o Carrossel, e outras boite’s que não me lembro mais dos nomes, ali no largo da Praça João Pessoa. Costumava jantar as vezes na madruga no Restaurante Nova Capela, quase sempre tinha 4 mesas ocupadas com uma pessoa cada, os preços eram maravilhosos, não doía tanto, já se falava nesta época no Cabrito Assado que não provei até hoje. Muita vezes no intuito de passar o tempo, até ter condução, ficava até o amanhecer o dia, saía às sete da manhã. Outro lugar que eu gostava muito de beber era um Pé Sujo que ficava ou fica colado no Ernesto na Rua da Lapa em frente a uma banca de jornal, se estivesse acompanhado ia na Adega Flor de Coimbra. Já nos tempo da “Lucinha”, chegamos a freqüentar o Capela nas madrugadas, isso entre 1983 e 1988, o Capela passava a madrugada quase toda vazio, as vezes com dois ou três fregueses, pelo menos no tempo que eu jantava, jantava sempre arroz de bacalhau com brócolis uma delícia, numa dessas noitadas participamos de uma festa de casamento em plena madrugada, um Português já de uma certa idade com uma mulatinha novinha, só estavam no salão eu, Lucinha e o casal de noivos e os garçons, fomos convidados para o blinde na mesa deles quando fomos ver hora era 7 horas da manhã de uma Quinta-feira ensolarada de verão. O meu batismo mesmo na noite foi em 1976 na Boite Chicken Hause na Rua Miguel Couto foi aí que comecei a gostar da boêmia, tinha uma cantora espetacular, que dava um show, até então nunca tinha assistido a um show de musica ao vivo, fiquei fascinado pela interpretação dos cantores na penumbra, aquele som melodioso, a fumaça dos cigarros e a movimentação das garçonetes e os casais dançando parecia um conto do João Antonio. Daí comecei a freqüentar Chicken o Luanda que ficava na Dois de Abril quase chegando no Campo de Santana, ara mais observador, nesta época devia estar 19 anos quem me levou á freqüentar a noite nesta época foi o pessoal da E. E. empresa que trabalhava no Engenho Novo (meu 1º emprego), daí pra diante não parei mais. O único lugar que não freqüentei até hoje é a Praça Mauá, não sei porque mais não me atrai, fui uma vez no Mister John que ficava onde hoje fica o prédio Praça Mauá nº 1 fui por curiosidade, tinha um ar parecido com um Bordel em decadência, um verdadeiro fim de festa, vinte e cinco anos depois fui ao Florida, o que não me atrai neste tipo de ambiente é o estilo Americano, as musicas, os espelhos, aquelas luzes giratórias, fica tudo meio cansativo isso não boêmia se enquadra mais como farra.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

AMIGO E IRMÃO


Sandália

Natal de 1985, se não me falhe a memória, nesta época ainda era gerente do Tangara o Jorge, boa figura tinha aparência de Português mais não tinha sotaque, nesta época o caixa era fora do balcão aonde se vendia cigarro e outras quinquilharia de bolso, e o pagamento era sempre adiantado “ficha no caixa” para os desconhecidos e alguns conhecidos volteiros, me lembro muito bem que Almir Guineto só bebia com pagamento adiantado, “ficha no caixa”, foi nesta época que conheci “Paulinho Sandália” grande figura, Artesão de primeira, até hoje ainda uso sandálias feita pelo Paulinho que ninguém sabia como era feita, pos Paulinho vivia mas na Cinelândia, a qualquer hora do dia se encontrava o Sandália nos Botecos, dizem alguns amigos que ele confeccionava a sandálias numa praça em Botafogo durante a manhã e na hora do almoço rumava pro Karlitos com um par só, incompleto como amostra para venda, Karlitos era o rival do Tangará ficava no outro estremo da quadra em frente ao Café Teatro Rival, foi também por esta época que o Tangará perdeu a maioria dos fregueses pro Karlitos, houve uma mudança nos funcionários, foi aí que os Cearense começaram a tomar conta da área, nesse tempo, como empregados (Balconistas). Essa turma que entrou para o Tangará era tudo marrento, pro causa e efeito da situação que a maioria dos fregueses se afastaram, mais o ponto era tão bom que apareceram clientes novos, eu continuei fiel a Moringuinha (água ardente), a do Karlitos era uma merda, até antes de fechar continuava com aquele gosto de telha molha de chuva, as batidas não chegavam nem perto das do Tangará o gengibre deles nunca chegava no ponto de equilíbrio Cachaça/Gengibre realçava mais o gosto do gengibre forte pra caramba o Chopp quase sempre era batizado igual o do Amarelinho, mais ganhava no atendimento, tinha um Coroa que não guardei o nome que se esforçava pra atender bem os freqüentadores mais - engraçado bebia sempre no Tangará - a qualidade ficava a desejar.

Tem muita gente que encontro que até hoje que não acredita que o Sandália morreu, morreu em Novembro de 2006 na casa da mãe dele em Botafogo se não me engano no dia 14 segundo a mãe se entregou a branquinha aquela garrafinha bujudinha que vende em super mercado, depois de diversas internações, uma das vezes apareceu na Cinelândia fugido do Hospital todo amarrado de gaze, deu pena de ver o amigo naquela situação mais o que se podia fazer a não lamentar. Sandália era uma figura, conhecia todo mundo parecia que o rio era pequeno para ele, de político a vagabundo andava o Rio todo, aonde o convidassem estava presente, fosse Zona Sul, Subúrbio ou Baixada não tinha tempo ruim, lá estava o Sandália com aquele jeito despreocupado cambaleante, voz mansa sorriso debochado, sempre com a mão na altura da boca ou virando uma ou escondendo a risada que era constante, as vezes doidão, uma vez ele me contou que foi quase assaltado no caminho do Canecão para Rua da Passagem onde ele morava, estava doidão de madrugada, disse que o cara que tentou o assalto vendo a situação ainda pagou uma no bar mais próximo mais o curioso foi quando ele chegou em casa e contou pra mãe dele que tinha sido assaltado “Paulo meu filho quem é que vai te assaltar na condição que você vive. O Sandália tinha um negocio andava impecavelmente bem vestido ganhava muita roupa dos amigos que cultivava, as vezes encontrava um amigo e o cara de gozação falava “pó Sandália ta todo de fulano hoje ou está fulano/beltrano”, isso quando ele estava com calça de um e camisa de outro, até hoje eu fico sem entender como é que um cara como o Paulinho se entregou da maneira que ele se entregou, ainda dava pra ele viver uns dez anos tranqüilo, vendendo sandália e bebericando pela vida, eu acho que agravou a situação do Sandália era a alimentação o cara vivia o tempo todo na rua, quase sempre sem dinheiro, como é comia eu mesmo muitas vezes pagava um feijão amigo no Tangará, almoço no antigo “Quarenta” (na Senador Dantas), me lembrei hoje do Sandália porque mexendo em uma mala antiga da minha ultima mudança encontrei uma bolsa, da minha última companheira e tinha uma sandália de mulher dentro, essa sandália foi comprada do Paulinho em 1996 ele só me entregou no começo de 2000 mesmo assim por que eu tomei na marra, Sandália tinha isso, recebia e só entrega anos depois, vi muita briga do Paulinho com nego que tinha comprado e não recebido, as vezes quase chegando a porrada, mas o cara com aquele jeito despreocupado cambaleante resolvia tudo e vendia mais uma sandália para o próximo encontro acompanhado de mais uma rodada do que se estivesse bebendo no momento, o cara tinha um jeito de convencimento que dobrava qualquer um, até os mais exaltados, com esse jeito conquistou uma consideração que nenhuma pessoa conseguiria.
Salve Sandália

sábado, 23 de maio de 2009

SAUDADE INGRATA

Amor Mundano

Entre princípio de 1980 a 1983 tive um hiato na freqüência diária no saudoso Tangará, foi quando estive no sul da Bahia a trabalho, só estive no Rio neste período para votar em Brizola fiz questão de está presente e cumprir com o meu dever cívico de cidadão. Se não me falha a memória em março de 1983 retornei ao convívio diário da corriola (não sei se esse e termo) dos amigos notívagos. Cheguei numa madrugada de domingo para segunda não sei precisar exatamente a data, só me lembro quando despontei na inicio da ponte e senti uma sensação de ter voltado sem nunca ter deixado esta cidade maravilhoso que é o Rio de Janeiro, as luzes todas acessas dá uma sensação de conforto de ter voltado ao principio de tudo como se fosse uma re-descorta do sentido de todas as coisas, uma volta ao mundo real, são 14 km de satisfação quando se está voltando de um período de ausência, mesmo se for um ano, parece uma eternidade está fora do convívio deste mundo mágico que é o Rio “Cidade da beleza e cals”. Logo no primeiro Sábado conheci num bordel de Madureira (esse bordel funciona no primeiro shopping de Madureira) se não me engano foi a primeira terma do subúrbio “Termas Madureira” funcionava no terceiro piso, foi por essa época que surgiu o pagode do Wellington, funcionava numa pensão na Dagmar da Fonseca quase em frente ao “Madureira 1 e 2” cinemas que por muito tempo foi referencia em Madureira.

“Ai que saudades eu tenho dos meus 20 anos”.
“Ai que saudade ingrata”.

Era uma Sábado de Março eu e meu amigo Clodô fomos como de hábito, almoçar no Avatar na Domingos Lopes ou Maria Freitas (Avatar foi onde nasceu o bloco das Piranhas e Banda de Madureira) tinha um frango a Espanhola maravilhoso. O Avatar “Foi um rio que passou em minha / vida e meu coração se deixou levar”, nessa época a rapaziada de Guadalupe se encontrava aos sábados ou no Imperial (na Estrada da Portela) ou no Avatar, eu sempre dava preferência ao Avatar, o Imperial nesta época já estava em decadência mais tinha uma varanda apreciável do ponto de vista do mulherio, eram tarde memoráveis, na época se media o consumo de Cerveja por hora “5 horas de cervejas” ( porra eu fico bolado com esses traçinhos vermelho do Corretor Ortográfico em baixo das palavras da à impressão que estou escrevendo tudo errado, mas como não tenho a pretensão de ser escritor deixo passar).
Foi neste bordel que conheci Lucia “Lucinha” foi uma atração à primeira vista, nesta mesma noite saímos fomos dormir no “Lamour” na Avenida Brasil na época era um dos melhores Motéis da redondeza, Lucinha como pude observar com convivência era uma criatura que naquela época estava prostituta, ainda não era uma prostituta formada, tinha dois filhos dependentes de tudo, um ex-marido ausente, a partir daí começamos uma convivência freqüente sem vinculo empregatício, não era cliente nem dono! era apenas parceiro sexual nos fins de semana, ela morava na Rua São Jenuário logo no inicio sentido Cancela Barreira do Vasco, era oriunda (que palavra mais filha da puta esta) da Gloria, este convívio durou uns 6 meses até que ela se transferiu para uma Terma Maior (no Méier), acho que aí ela se tornou de vez prostituta deixou de estar para ser, foi por esta época que começamos aos sábados a freqüentar o Sovaco de Cobra na Teodoro da Silva, porra às vezes parece mentira mais andávamos de onde hoje é Iguatemi até o Centro de madrugada na maior tranqüilidade do mundo, bebendo cerveja a onde estivesse um bar aberto.

“Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro”

Lucinha era Paraense de Belém meio acaboclada com um corpo escultural, boa de onda, não era burra apesar da condição de vida que ela escolheu tinha bom gosto, jogo de cintura, com o passar dos tempos deixou de ser prostituta e foi ser garçonete no mercado das flores e depois Canecão e no final Rival aonde nos re-encontramos, morreu de morte matada em Maio de 1993.

“Saudades meu bem saudades
Saudades do meu amor
Ela foi embora e nunca mais voltou”

quarta-feira, 25 de março de 2009

Vai Passar


Ladeira dos Tabajara


Esta sendo atacada esta semana pelos almas sebosas da Rocinha, até quando? Nos idos dos anos 80 eu costumava frequentar o ensaio do Vila Rica, considerado na época um dos melhores ensaios de blocos do Rio, comparando hoje com os Escravos da Mauá, era muito difícil ver mulher feia, se bem que este conceito de mulher feia já não existe mais todas elas são bonitas, mais na época se usava muito este termo "Me perdoem as feia, mais a beleza e fundamental". Quanta madrugas de Sexta pra Sábado eu e meu amigo Pindolo curtimos os ensaios do Vila Rica depois de uma passada na Adega Pérola uma das paradas obrigatórias do nosso grupo, ia esquecendo quem nos acompanhava nesta época era Sonia Preta esposa do Pindolo, costumávamos chegar na Adega sempre por volta das 20:00h, dependendo da temperatura matávamos uma garrafa de Quinta Jubair com tira gosto. quase sempre era uma pescadinha frita com bastante azeite, ou chopp com majubinha frita uma delicia nunca vi igual em outro lugar, la pelas 10:30h subíamos a ladeira na maior tranquilidade a vezes até 2:00h da manhã sem aborrecimento, a vezes tinha um gaiato que empancava com agente mais logo se resolvia com um copo de cerveja, se fosse hoje nem imagino e poderia acontecer, acho que os almas sebosas eram mais calmo que agora, a idéia era outra.


"Dividindo a preferência dos moradores da Zona Sul do Rio com a São Clemente, a Villa Rica origina-se de um bloco de enredo, fundado em 20 de março de 1966. Os fundadores da agremiação foram: Dona Neném, Jorge Marreco, Bacalhau, Luiz Chimbirra, Ernesto, Cirene, Dona Nadir, Infhá, Nelson Marcolino, Nei, Paulo Fidel, Bira do Barro, Dona Neuza, Rubão, Carlinho da Zuleida, Luiz Werneck, Hélio Pé Grande, Luizinho Crioulo, Tapioca, Queixinho, Demar, Ovídio, Domingo Carrula, Ademar Gordo, Adolfo, Pauzinho, Hélio Aruanda, Ninilson do Cavaco, Calego e Eli Campos.

A história da fundação da Unidos da Villa Rica começa na década de 60, quando um grupo de moradores decidiu fundar uma agremiação apenas com a finalidade de dar um pouco de alegria para os moradores da região. No início, os componentes não tinham compromissos oficiais, apenas curtiam o carnaval descendo a Ladeira dos Tabajaras batucando em latas, panelas e o que mais surgisse (e emitisse som), para animar o carnaval pelas ruas de Copacabana. No entanto, em 1966, já com uma estrutura definida os fundadores da Villa Rica sentiram a necessidade de filiar a agremiação na Federação dos Blocos Carnavalescos do Estado do Rio de Janeiro, dando início a uma nova jornada. O G.R.B.C. Unidos da Villa Rica logo despontou como um dos mais promissores blocos de enredo e até o ano de 1988 marcou presença nos desfiles oficiais. Naquele mesmo ano, ficou decidido durante Assembléia Geral Extraordinária que o melhor para a agremiação seria voltar às origens de escola de samba. Filiado à Associação das Escolas de Samba do Estado do Rio de Janeiro, o G.R.E.S. Unidos da Villa Rica dava início a uma nova fase da sua história sacramentando os anseios da comunidade de Copacabana. A passagem para agremiação credenciada na Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro só veio, porém, no ano de 1990".







Quinta Jubair Branco Licoroso. Vinho fino branco licoroso doce, elaborado a partir da uva Niágara. É um vinho de aroma intenso, levemente adocicado, ideal para acompanhar sobremesas além de ser excelente aperitivo. Graduação alcoólica. 14%. Conteúdo 720 ml (vidro). Vinho Naciona

segunda-feira, 23 de março de 2009

Vai Passar

Triste Mangueira, o quão de semelhante!

Extra de Domingo

"Ivo Meirelles já se diz presidente da Mangueira"
Pag. 10

Dizem que o samba agoniza mais não morre, sempre acreditei nisso, mais acho que desta vez já se pode encomendar o caixão, como está a coisa vai ser enterrado como indigente em cova rasa la pros lado de paciência.
Nos últimos tempos tem aparecido umas figuras, ávidas em aparecer (principalmente na mídia, Rede Globo) sem nenhum compromisso com as tradições e ritmos da comunidade do samba que são as Escolas de Samba, o samba em si é imortal mesmo que estes intrusos se apoderem das agremiações vai sempre existir uma resistência vinda de algum lugar seja fundo de quintal, beira de rio, debaixo de viaduto no mangue, na puta que o pariu, mais desta vez a coisa está pegando um pé incontrolável os grandes criadores estão sendo sufocados por estes aproveitadores que de samba não entendem nada, com o palco ( As Grandes Escolas de Samba) obstruído por mentes voltadas só para o lucro e holofotes os grandes criadores ficam marginalizados e sem espaço para criarem.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Ja Passou

Já no principio do século XX o centro era destino dos Boémios da época como Lima Barreto.

" O primeiro ponto de parada de Lima Barreto em suas andanças e bebericagem pelos bares urbanos era um barzinho da rua Sachet (entre as ruas 7 de setembro e Ouvidor). O barzinho era de três portas, um balcão, uma sala curta, um mictório. Ali serviam-se café e bebidas. No mesmo prédio havia uma livraria pequena, de Francisco Schetino (cujo filho era poeta), onde se vendiam jornais, revistas e, principalmente, publicações estrangeiras e de literatura e obras de interesse geral."

Essa rua referida no texto acima (Sachet), suponho eu ser hoje a Travessa do Ouvidor aonde no meado + pro final do Século XX era parada diária do grande maestro Pixinguina no saudoso "Gouveia".

"Pedia parati. Recusava qualquer outra bebida alcoólica, inclusive cerveja. Note-se que era uma época alcoólica - fernet, capilé (um traçado), etc. Havia também refrescos de groselha, veja voce que não havia nem guaraná, nem coca-cola. Mas os refrescos de frutas, preparados na hora e relativamente baratos, eram bastante procurados; laranja, limonada, cajuada, coco da bahia, morango. E também, sorvetes. O barzinho da rua Sachet possuía toda essa variedade de produtos e havia freguesia para tudo isso. Pedia-se gelado, frapê ou sem gelo. Frapê era metade a metade gelada e natural."

(Citações suburbanas do prefácio de Eloy Pontes para uma edição de "Recordações do Escrivão Isaías Caminha")

Naquela época já existiam rodas formada por 3 ou 4 camaradas solidários no copo.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Templo Mágico das Batidas de Cachaça

Café e Bar Tangará:

Fundado em 1937 e fechado entre Outubro de 2003 e Janeiro de 2004 na Cinelândia.

Existiu um boteco, varejo como era chamado nos velhos tempos, parada obrigatória no final de tarde e início da noite de quem apreciava uma boa batida ou melhor uma cachaça apelidada moringuina do norte especialidade da casa, ficava no cruzamento das ruas Alvaro Alvim e Francisco Serrador quase em frente a Teatro Rival.
Apartir de 1980 comecei a frequentar todas as sexta feiras depois que saía do trabalho, nesta época trabalhava no Engenho Novo (foi meu primeiro emprego de carteira assinada) devia estar com 23 para 24 anos de idade conheci uma pequena que trabalhava na Mesbla como representante de vendas de um prefume que não me lembro a marca, se não me engano se chamava Sandra, todos o dias ia esperar ela na Cinelandia ela saía as 20:00 eu chegava as 18:00 e ficava perambulando pelo centro para dar hora foi aí que descobri um lugar onde pudesse passar o tempo, primeiro passei a frequentar o "Douradinho" que fica em frente ao Tangará, eu ficava no balcão da Rua Francisco Serrador tinha um bequinho onde se servia um Chop da melhor qualidade servido por seu "Pedro" grande figura um pouco marrento mais sem frescura ate hoje tenho uma convivência de respeito mútuo com o velho garson que ainda hoje frequenta o beco hoje na qualidade só de frequentador sai do quadro de funcionário do Douradinho, tinha também sr Antero um dos donos que me tratava com maior respeito e cordialidade mais por força do tempo uma noite resolvi dar uma esticada até o balcão do Tangará foi aí que fiquei conhecendo logo de cara a saborosa cachaça mais conhecida como Moringuinha do Norte. Nesse tempo as pessoas que frequentavam esta parte do beco era quase totalmente pessoas ligadas a produção cinematográfica e também alguns compositores de samba em busca de fama e muita raramente alguns boiólas para fazer jus a fama da Cinelândia que até hoje carrega esta fama pejorativa em qualquer lugar que se vai se escuta que a Cinelândia é lugar de viado uma coisa que não tem nada haver depois que se passa a frequentar é que se descobre que ali "no beco" como e chamada a rua Alvaro Alvim é um dos melhores centros boemios da cidade do Rio de Janeiro ia falar reduto mais ficaria parecendo coisa de boióla, por lá passa todo tipo de pessoa desde artistas, políticos, estudantes, advogados, médicos, putas, bicheiro, rufião, meliante, ladrão e pessoas comuns que iam refrescar as ideias com melhor Chopp da área.